sábado, 5 de junho de 2010

Mosaico



Hoje eu recebi uma declaraçao de amor. Nao daquelas comuns e com palavras tradicionais, mas outra muito mais tocante. No lugar de palavras típicas (para alguns nao tao típicas assim) de momentos de confissoes amorosas como "eu te amo", eu recebi uma pequena amostra do quanto eu sou importante para ele. Sim, porque sabemos que realmente importamos para alguém quando temos liberdade suficiente de compartilhar nossos sonhos, nossos gostos.
Entao, ele fez um mosaico de músicas para mim. Um mosaico de nossas vidas, de nossos momentos com palavras que pareciam terem sido feitas para nós dois desde sempre. E na verdade até foram, só que os poetas que as proferiram antes nao tinham a dimensao do quanto. E nem eu! Ao menos até hoje quando eu percebi que elas ganharam um novo significado exclusivamente redesenhado para mim.
Tenho certeza de que alguns reconhecerao algumas partes do que seguirá logo abaixo, mas será que poderao entender o que a sua reorganizaçao significa? Desolée, mas acho muito mais provável que apenas eu compreenda. E que assim seja! ahahaha.

"Como o poeta poderia saber tanto de nós dois?


De certo me conhece...

Sou das manhas dessa cidade na meia-estaçao
E em plena liberdade reluzindo a Redençao
E sou do céu do fim da tarde, do roxo e carmim
Do sol virar saudade, levitando a multidao
E tem no outono uma luz, que acaricia essa dureza cor de giz
Que me estranha, mas nao sabe se é feliz
E nao entende quando eu grito... Eu tenho os olhos doidos
Doidos por ti
Tanto fiz pra ser feliz, mas te custou compreender
Eu mesmo pus as pedras no sapato
A alma beat, em bytes invites me a revisitar highways
Altas maneiras de se chegar ao mesmo nenhum lugar
Nasci e morro assim, só perdido no escuro, dentro de mim
E vou cruzando o barro, vou comendo o pó
Até que chegue o fim
Mas a força eu retiro, sugo feito vampiro
De saber que as estrelas também vivem sós.


Sabe até da minha saudade...

No dia em que ocê foi embora, eu fiquei sentindo saudades do que nao foi
Lembrando até do que eu nao vivi pensando em nós dois
Pois no dia em que ocê foi embora, eu fiquei sozinho no mundo, sem ter ninguém
O último homen no dia em que o sol morreu
E quando veio a noite, eu lembrei
O coraçao existe para sonhar que está em noutro lugar
E quando veio a noite, eu pensei
Com você tao longe assim, meu coraçao nao vai voltar para mim
Páginas ao vento em confissao
Luas de setembro, céus em minhas maos
Nuvens em assombro e procissao
Luas que me lembram noites que virao
Abre-se a razao sobre a razao de ser
Como no instante de te ver, e eu vejo a vida vindo ao meu encontro
E vejo agora o que amanha chegar
Eu tenho os olhos sobre o teu encanto e tanto a desvendar
Nao tarda que a saudade é sem graça
Na pressa de uma escala no Porto
Levaste a minha alma na bagagem
E sou eu que estou quase morto da viagem.


Ele também parece saber muito de nós dois...

Que tolos fomos nós, que bom que foi assim
Que achamos um lugar para ter razao
Distantes de quem pensa que o melhor da vida
É uma estrada estreita e feita de cobiça
Que nunca vai passar por aqui
Seremos sempre assim, sempre que precisar
Seremos sempre quem teve coragem
De errar pelo caminho e de encontrar saída
No céu do labirinto que é pensar a vida
E que sempre vai passar
Sempre vai passar por aí
Já bem tarde pra dizer guarda silêncios para depois
Em saudades, vaos e vozes que há de ouvir
Entre móveis que se vao mudando as horas de lugar
Algum dia irá voar de volta a si
Quem dera ser o amor, que pensa em esperar
Agora que arrumou o mundo em seu lugar
Mas sempre há de saber, que sonha ser amor
Alguém desarrumar a vida que arrumou para si.


Entao deve ser por isso que, nessas horas, ele tem tudo pronto o que eu queria te dizer...

E espero que a minha estupidez
Cicatrize os teus sentimentos feridos
Nao leve tao a sério
Nem o que eu digo, nem o que eu deixo de esconder
Nao vai ter graça o dia
Em que eu bater à porta
E você nao abrir para responder
Desiste de ficar assim
Que lá no fim da solidao
Ninguém vai te explicar tintim
Quem pode te ajudar a lamentar a razao?
Nem o silêncio nao diz nada
Mesmo essas frases vao para o lixo
Sao como lenços de papel
Mas, algumas coisas serao eternas
Que bela idéia acreditar
Que o mundo te aprendeu
Enquanto invento aqui para mim
Um silêncio sem fim
Deixando a rima assim
Sem mágoas, sem nada."

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Reencotro


Nada melhor do que passar um tempo em órbita para descobrir o quanto a Terra é importante!
Só espero que os terráqueos pensem o mesmo, pois estou voltando muito em breve.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Poema


Se tem algo que me deixa feliz é música. Nao sou daquelas que busca constantemente coisas novas ou as versoes mais raras, isso eu deixo para o Alexandre. Aliás, deixo para ele também a tarefa de seleçao: primeiro porque nao tenho paciência de escolher (sofro com o doença da indecisao) e segundo porque confio plenamente no gosto musical do meu amado.
Mas, ao escrever o post abaixo, fiquei com imensa vontade de compartilhar uma verdadeira obra-prima da língua portuguesa com quem estiver disposto a ler essas linhas. Trata-se da mais bela poesia onde a descriçao do amor em seu significado próprio se disfarça de música para se realizar plenamente. É certo que Vinícius de Moraes tinha um talento incontestável para dar ritmo às palavras e, por isso, eu considero que ele era um poeta com alma de músico. Entretanto, foi um músico-poeta ou um poeta-músico (porque definitivamente os papéis nao estao claros para mim e também pouco importam), quem escreveu e cantou o sublime: Djavan. E tal criaçao na voz de Cássia Eller entao... incrível porque ganha uma intensidade indescritível.
Nao pensem que estou numa fase romântica. Nao é bem isso. Apenas tenho valorizado o lado mais poético das coisas. Estaria eu retomando a minha direçao? Ahahaha, vamos ao poema!

O seu amor
Reluz que nem riqueza
Asa do meu destino
Clareza do tino
Pétala
De estrela caindo bem devagar
Ó, meu amor,
Viver é todo sacrifício
Feito em seu nome
Quanto mais desejo um beijo seu
Muito mais eu vejo gosto em viver, viver...

Por ser exato o amor não cabe em si
Por ser encantado o amor revela-se
Por ser amor
Invade
E fim

Palavras


Nao estou entendendo bem o que se passa comigo nos últimos tempos. Tenho tido uma vontade intensa de me expor, de me contar, de me abrir. Deixar que as palavras me invadam sem pudor, sem prever o resultado. É o que faço nesse exato momento.
Metaforicamente me metaforizar.
Eu já percebi algo importante: quando eu tento dizer, é quando eu menos digo. Entao, resolvi que eu seria simplesmente EU. Inconstante, indefinível e todos os "in" que eu tiver de ser e alguns adjetivos mais. Nada de fingimentos!
Mas o que eu queria mesmo era poder explicar o que sinto quanto penso nessa vontade incontrolável (e lá vai mais um "in" para a minha coleçao) de me perder em sentimento dando-lhes forma, limites e contornos. As palavras sao apenas os meios de expressao de algo muito mais íntimo, mais meu e que reclama a minha atençao.
Onde isso vai dar eu ainda nao sei, mas repassando algumas músicas no meu computador eu reparei que uma das que eu tenho escutado com mais frequência é também a que tem menos versos. Nem por isso ela diz menos que qualquer outra e nao acho que é mera coincidência que ela paire em meu repertório esses meses. Uma grande e singela composiçao de Marisa Monte e Moraes Moreira que ignora a existência de parodoxos.
Bom... música para mim é sazonal, mas definitivamente essa diz tudo o que eu sinto hoje.

Ando por aí querendo te encontrar
Em cada esquina paro em cada olhar
Deixo a tristeza e trago a esperança em seu lugar
Que o nosso amor pra sempre viva
Minha dádiva
Quero poder jurar que essa paixão jamais será

Palavras apenas
Palavras pequenas
Palavras, momento

Palavras, palavras
Palavras, palavras

Palavras ao vento...

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Encontro


Meu silêncio é também a minha dor.
Quisera eu romper a barreira do som e acontecer:
em ti primeiro.
Mas me guardo para o sim, para o sempre.
E quando olho em direçao ao sul,
eu vejo o todo.
Estaria o norte reservando algo maior?
Impossível dizer.
Entao onde buscamos as certezas senao em nós mesmos?
Amo sim, agora eu sei.
Com exaustao, todos os dias.
E longe eu escuto o seu chamado no fundo da minha alma.
Eu continuo aqui. Você vê?
Meu presente é apenas um estado passageiro
Nao uma condiçao.
Espero que o tempo me leve de volta ao passado
porque é lá que está o meu coraçao.


Esse texto é para Alexandre, razao de inspiraçao.

segunda-feira, 29 de março de 2010

Metrô Montréal


Poucas coisas na vida sao realmente importantes: família, alguns amigos... e o mapa do metrô da cidade de Montréal. Acredite, você vai usar bastante o sistema público de transporte. E o melhor, ele funciona!
Agora as dicas:
  1. O valor da pasagem unitária é 2,75CAD e dá direito a correspondências no intervalo de 1h (entre diferentes linhas de metrô e também com ônibus). Se tiver a intençao de usá-lo mais de uma vez, guarde o ticket;
  2. Você pode economizar comprando "pacotes" de passagens. Ex: 6 passagems por 13,25CAD, 10 por 21CAD; É vantagem para quem usa pouco o transporte e quer ter alguns tickets com validade indeterminda, ou seja, usar apenas quando necessário;
  3. Você pode comprar o passe de 1 dia por 7CAD ou de 3 dias consecutivos por 14CAD que dá direito a usar as linhas de metrô e ônibus sem limite a partir da compra até o final do dia. Atençao: nao esqueça que a validade nao é de 24h!
  4. Há também o passe semanal que custa 20,50CAD com uso ilimitado;
  5. Existe a opçao do passe mensal por 70CAD também ilimitado. Mas antes de se empolgar com a possibilidade de viajar o mês inteiro por um único preço, certifique-se de que você vai precisar mesmo. Esse valor aqui é significativo. Veja o meu exemplo mais abaixo;
  6. Por último, você pode comprar um cartao com um chip, o Opus, que custa 3,50 até julho e depois 7CAD. Com ele você pode carregar da forma que for mais conveniente em caixas automáticos e sem a necessidade dos tickets de papel. É mais simples e super fácil de usar. Para estudante (somente entre 16 e 25 anos e inscritos em tempo integral) e idoso (acima de 65 anos) há descontos na tarifa. Mas para usufruir do benefício é preciso solicitar um cartao Opus diferenciado que é feito apenas em locais específicos. Seu custo é um pouco maior, mas compensa com a diferença tarifária.

Voltando ao meu exemplo em relaçao ao transporte público em Montréal.

Escolhi morar perto da Université du Québec à Montréal. A distância é 1 estaçao de trem apenas. Isso, na linha laranja, é super próximo. Para mim, d­á mais trabalho caminhar até a estaçao de metrô, esperar (mesmo que seja apenas 5 minutos) e depois sair da outra estaçao do que caminhar direto até lá. É menos de 10 minutos. Eu só uso o transporte público nos finais de semana e nem sempre, isso porque eu acredito que para quem chega na cidade como marinheiro de primeira viagem, o bom mesmo é explorar. Entao, até o presente momento, nao tive a necessidade de comprar o passe mensal e ainda nao gastei um valor maior que 30CAD num único mês.

Entretanto, quando o verao chegar.... e eu espero que nao demore, é certo que farei uso dessa facilidade porque aí vou querer conhecer todos os cantos da cidade com um clima mais favorável ao meu já adaptado modo baiano de viver. A cidade tem muitos parques e bares que com o "calor" se tornam também mais agradáveis. Além das atividades culturais, claro, cada vez mais numerosas ao longo dessa estaçao. Tudo isso significa uma necessidade maior de deslocamento.

Mas o passe mensal é, sem dúvida alguma, uma excelente opçao para quem faz uso do transporte público todos os dias.

Culinária típica

O que é a bomba acima? Seria uma tentativa de acabar com os estrangeiros em Montréal?
Quase isso. Em se tratando de calorias, esse prato acaba com qualquer um!
Chama-se Poutine e a tradicional é composta apenas por batata frita, molho e queijo. É pouco? Quer mais? Tem!
Sim, isso mesmo. Nao bastasse a pequena quantidade de calorias que as frituras e os queijos podem conter, há ainda as variaçoes que incluem ao montante carne, frango... A da foto é com carne moída, champignon e bacon (risos).
Enfim, para quem vem ao Québec, provar a/o poutine é quase um rito de passagem: obrigatório!

sábado, 27 de março de 2010

Début


Tenho tanto a dizer que nem sei por onde começar. O fato é que o início nunca foi simples para mim. Sempre penso em dizer coisas significativas, mas acabo nao dizendo nada!
Quanto se perde pensando em perder? Para variar, nem sei.
Hoje vivo fora de mim e busco um lugar para ficar enquanto me encontro. Ainda venço o vento e volto. Só nao estou certa para onde porque já nao tenho certeza de onde estou. Tudo é gris.
Exausta procuro...
Enfim vejo...
Ao longe há uma luz...
Do lado de fora, percebo um vulto através da janela. E com as maos geladas dos tempos difíceis, acaricio o vidro para descobrir o desconhecido. Sem entender, imagino uma cena comum.
E esperando desesperadamente encontrar algo de bom, a imagem se torna cada vez mais nítida. Resta apenas saber quem é.