terça-feira, 4 de maio de 2010

Poema


Se tem algo que me deixa feliz é música. Nao sou daquelas que busca constantemente coisas novas ou as versoes mais raras, isso eu deixo para o Alexandre. Aliás, deixo para ele também a tarefa de seleçao: primeiro porque nao tenho paciência de escolher (sofro com o doença da indecisao) e segundo porque confio plenamente no gosto musical do meu amado.
Mas, ao escrever o post abaixo, fiquei com imensa vontade de compartilhar uma verdadeira obra-prima da língua portuguesa com quem estiver disposto a ler essas linhas. Trata-se da mais bela poesia onde a descriçao do amor em seu significado próprio se disfarça de música para se realizar plenamente. É certo que Vinícius de Moraes tinha um talento incontestável para dar ritmo às palavras e, por isso, eu considero que ele era um poeta com alma de músico. Entretanto, foi um músico-poeta ou um poeta-músico (porque definitivamente os papéis nao estao claros para mim e também pouco importam), quem escreveu e cantou o sublime: Djavan. E tal criaçao na voz de Cássia Eller entao... incrível porque ganha uma intensidade indescritível.
Nao pensem que estou numa fase romântica. Nao é bem isso. Apenas tenho valorizado o lado mais poético das coisas. Estaria eu retomando a minha direçao? Ahahaha, vamos ao poema!

O seu amor
Reluz que nem riqueza
Asa do meu destino
Clareza do tino
Pétala
De estrela caindo bem devagar
Ó, meu amor,
Viver é todo sacrifício
Feito em seu nome
Quanto mais desejo um beijo seu
Muito mais eu vejo gosto em viver, viver...

Por ser exato o amor não cabe em si
Por ser encantado o amor revela-se
Por ser amor
Invade
E fim

Palavras


Nao estou entendendo bem o que se passa comigo nos últimos tempos. Tenho tido uma vontade intensa de me expor, de me contar, de me abrir. Deixar que as palavras me invadam sem pudor, sem prever o resultado. É o que faço nesse exato momento.
Metaforicamente me metaforizar.
Eu já percebi algo importante: quando eu tento dizer, é quando eu menos digo. Entao, resolvi que eu seria simplesmente EU. Inconstante, indefinível e todos os "in" que eu tiver de ser e alguns adjetivos mais. Nada de fingimentos!
Mas o que eu queria mesmo era poder explicar o que sinto quanto penso nessa vontade incontrolável (e lá vai mais um "in" para a minha coleçao) de me perder em sentimento dando-lhes forma, limites e contornos. As palavras sao apenas os meios de expressao de algo muito mais íntimo, mais meu e que reclama a minha atençao.
Onde isso vai dar eu ainda nao sei, mas repassando algumas músicas no meu computador eu reparei que uma das que eu tenho escutado com mais frequência é também a que tem menos versos. Nem por isso ela diz menos que qualquer outra e nao acho que é mera coincidência que ela paire em meu repertório esses meses. Uma grande e singela composiçao de Marisa Monte e Moraes Moreira que ignora a existência de parodoxos.
Bom... música para mim é sazonal, mas definitivamente essa diz tudo o que eu sinto hoje.

Ando por aí querendo te encontrar
Em cada esquina paro em cada olhar
Deixo a tristeza e trago a esperança em seu lugar
Que o nosso amor pra sempre viva
Minha dádiva
Quero poder jurar que essa paixão jamais será

Palavras apenas
Palavras pequenas
Palavras, momento

Palavras, palavras
Palavras, palavras

Palavras ao vento...